Uma overdose de filmes sobre relacionamentos nesses últimos dias. Por mera coincidência. Ou não.
Depois de cada um deles, uma reflexão estranha. Tanta família complicada, tanta confusão de sentimentos, tanto estranhamento.
* Finalmente vi "Pequena Miss Sunshine". Quando entra a introdução de "How it ends" do Devotchka, apresentando todos os personagens do filme (um bando de losers, somente na concepção americana do termo), fodeu. Comecei a chorar ali e não parei mais. Nem na parte clichê e babaca que todo filme americano tem, mas que ali fez muito sentido. Porque quando a gente gosta de um filme faz uma força tão grande para não se decepcionar com ele do meio pro final, que até aceita sentimentalismo barato. Como aquela cena do filme "About a Boy", quando o Hugh Grant sobe ao palco para acompanhar o menino na música "Killing Me Softly". Aliás, os dois filmes têm a Toni Collete linda, que praticamente se especializou na carreira "loser, mas com categoria". Isso é elogio, não é culpa dela. Todos os papéis dela são tristes, marcantes, pesados, difíceis, etc. Adoro. ;-)
* No clima "família-larga-tudo-e-viaja", acabei alugando o argentino deprê, porém de boa intenção "Família Rodante". Apesar do filme devagar quase parando, consegui ver o lado bom daquilo tudo: família não se escolhe, se agüenta. Mesmo. Juro que vi o lado bom disso.
* Mais no clima mulherzinha moderna, "Feminices", do meu diretor de todo o sempre, Domingos de Oliveira. Eu não consigo enjoar daquela cara de whisky dele. Nem do jeito quase Lima Duarte em "eu-quero-melão" que ele tem de falar. Um charme. E vai entender de 'feminice'! Ele entende. Mulher é chata mesmo, ele sabe e gosta. E putz, as quatro mulheres de 40 me fizeram torcer para que eu chegue lá tanto quanto. Seguindo a ordem natural dos acontecimentos, claro, na qual amigos me fizeram acreditar que os 30 são os novos 20, e assim por diante.
* "Thumbsucker", cujo nome não me lembro em português e nem precisa, porque ele faz muito mais sentido em inglês. O menino que chupa dedo, se vira nos debates escolares e tem como guru espiritual o dentista, interpretado por um Keanu Reeves doidão. Mais família caindo aos pedaços, jantares cheios de conflito, trilha sonora moderninha e etc. Dei uma cochilada de leve, mas não achei ruim.
* Vou pular os três episódios piratas de LOST que eu assisti porque isso cortaria totalmente a série 'filmes-famílias-frustradas'.
* Voltando. Para finalizar: "A Lula e a Baleia". O filme até me fez considerar por alguns minutos ir ao show do Roger Waters no ano que vem. Lindo do começo ao final. Triste sem melodrama, só por ser real demais a ponto de envergonhar. E com um ator mirim com o pélvis em fúria mais fofo que já vi.
Depois de cada um deles, uma reflexão estranha. Tanta família complicada, tanta confusão de sentimentos, tanto estranhamento.
* Finalmente vi "Pequena Miss Sunshine". Quando entra a introdução de "How it ends" do Devotchka, apresentando todos os personagens do filme (um bando de losers, somente na concepção americana do termo), fodeu. Comecei a chorar ali e não parei mais. Nem na parte clichê e babaca que todo filme americano tem, mas que ali fez muito sentido. Porque quando a gente gosta de um filme faz uma força tão grande para não se decepcionar com ele do meio pro final, que até aceita sentimentalismo barato. Como aquela cena do filme "About a Boy", quando o Hugh Grant sobe ao palco para acompanhar o menino na música "Killing Me Softly". Aliás, os dois filmes têm a Toni Collete linda, que praticamente se especializou na carreira "loser, mas com categoria". Isso é elogio, não é culpa dela. Todos os papéis dela são tristes, marcantes, pesados, difíceis, etc. Adoro. ;-)
* No clima "família-larga-tudo-e-viaja", acabei alugando o argentino deprê, porém de boa intenção "Família Rodante". Apesar do filme devagar quase parando, consegui ver o lado bom daquilo tudo: família não se escolhe, se agüenta. Mesmo. Juro que vi o lado bom disso.
* Mais no clima mulherzinha moderna, "Feminices", do meu diretor de todo o sempre, Domingos de Oliveira. Eu não consigo enjoar daquela cara de whisky dele. Nem do jeito quase Lima Duarte em "eu-quero-melão" que ele tem de falar. Um charme. E vai entender de 'feminice'! Ele entende. Mulher é chata mesmo, ele sabe e gosta. E putz, as quatro mulheres de 40 me fizeram torcer para que eu chegue lá tanto quanto. Seguindo a ordem natural dos acontecimentos, claro, na qual amigos me fizeram acreditar que os 30 são os novos 20, e assim por diante.
* "Thumbsucker", cujo nome não me lembro em português e nem precisa, porque ele faz muito mais sentido em inglês. O menino que chupa dedo, se vira nos debates escolares e tem como guru espiritual o dentista, interpretado por um Keanu Reeves doidão. Mais família caindo aos pedaços, jantares cheios de conflito, trilha sonora moderninha e etc. Dei uma cochilada de leve, mas não achei ruim.
* Vou pular os três episódios piratas de LOST que eu assisti porque isso cortaria totalmente a série 'filmes-famílias-frustradas'.
* Voltando. Para finalizar: "A Lula e a Baleia". O filme até me fez considerar por alguns minutos ir ao show do Roger Waters no ano que vem. Lindo do começo ao final. Triste sem melodrama, só por ser real demais a ponto de envergonhar. E com um ator mirim com o pélvis em fúria mais fofo que já vi.
***** Balanço Final:
---> A moral de tudo isso é que família te leva à loucura. Mas é um mal necessário, mesmo que eu não ache que exista mal necessário.
---> Acho que não precisa explicar. Da pequena 'gordinha' oprimida e sufocada no Miss Sunshine, ao pequeno taradinho do Lula&Baleia: todos queriam impressionar a família, fazer parte integrante dela, superar expectativas, evitar frustrações, esconder uma fraqueza, se adaptar às normas da casa, seguir exemplos distorcidos, esconder sentimentos, adiar planos e sonhos, abafar choro, vencer. Pela e para a família. Zero de individualidade. Sufocante.
---> A moral ainda mais triste é a de que, no final de todos eles, não sobra ninguém ao seu lado, a não ser a... família. Que numa 'mea culpa', abre os braços, acolhe, ajuda e te levanta.
---> Não sei qual final eu prefiro na minha realidade longe de câmeras e trilhas sonoras. Se é um final clichê-fofo americano, ou aquele duro e direto de um filme europeu estranho. Pensando...
---> A moral de tudo isso é que família te leva à loucura. Mas é um mal necessário, mesmo que eu não ache que exista mal necessário.
---> Acho que não precisa explicar. Da pequena 'gordinha' oprimida e sufocada no Miss Sunshine, ao pequeno taradinho do Lula&Baleia: todos queriam impressionar a família, fazer parte integrante dela, superar expectativas, evitar frustrações, esconder uma fraqueza, se adaptar às normas da casa, seguir exemplos distorcidos, esconder sentimentos, adiar planos e sonhos, abafar choro, vencer. Pela e para a família. Zero de individualidade. Sufocante.
---> A moral ainda mais triste é a de que, no final de todos eles, não sobra ninguém ao seu lado, a não ser a... família. Que numa 'mea culpa', abre os braços, acolhe, ajuda e te levanta.
---> Não sei qual final eu prefiro na minha realidade longe de câmeras e trilhas sonoras. Se é um final clichê-fofo americano, ou aquele duro e direto de um filme europeu estranho. Pensando...
---> Ok, Duas vantagens: 1- Hey You!, como canta o mocinho do filme. Agradeço muito pela família aqui. A grama dos outros nem de longe parece mais verde. 2- Campanha anticoncepcional já. Eu desafio o mundo a querer ter filhos depois de uma seqüência dessa.
3 comentários:
Doida pra ver a Little Miss Sunshine, mas esperando a Mostra acabar e todas as pessoas do mundo sairem dos cinemas.
me deu vontade de ver tudo. e rever o felicidade.
:)
Eu assisti Little Miss Sunshine e amei. Só que acho que a menina não queria impressionar a família e etc. Ali era ela quem estava certa o tempo todo: enquanto o resto da família afundava em expectativas furadas, sonhos frustrados, ela seguia firme - sabia que a recompensa é a diversão, sem ligar pro resultado. Todo mundo fala que ela vai se frustrar e tal, mas ela parece entender que o importante é o que se faz, como se faz - o processo, não o resultado. Claroq ue é uma interpretação forçada da minha parte, mas acho que é aquela menina que "ensina" pro resto da família o que é importante, e quando eles sobem no palco (ops, spoilei!), não é pra "salvar" ela, mas porque eles mesmos percebem que, seilá, "divertir-se" é bem mais importante que "ganhar".
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