sexta-feira, 28 de dezembro de 2007

Vamos todos morrer

* Humor negro escocês e uma mensagem punk-otimista de Natal. Feliz 2008! =))



* O radialista da BBC Colin Murray fez um movimento para que essa música fosse escolhida "a música de Natal do ano". Quase deu certo, mas ela acabou perdendo para o vencedor do infame "American Idol" local (X-Factor). Malcom Middleton fez uma versão especial para a BBC, acústica e com um coral de criancinhas. Dá para ver o vídeo aqui.

* Para mais Malcom Middleton:

[ Site Oficial ]

[ MySpace ]

[ Blog ]

[ Arab Strap ]

quarta-feira, 12 de dezembro de 2007

Despedida em slow-motion: ultima semana

Da Guinness para a Brahma em 7 dias

* Estou em processo lento de despedida de Londres. Tentando fazer tudo o que faltou, juntar um dinheirinho aqui e ali para compras de Natal (desculpa gente, mas não deu para juntar nada), reunindo amigos, sendo emotiva, fotografando besteiras, refazendo caminhos, etc. Espero poder voltar logo.

* Por falar em cerveja, tem um comercial da Brahma que passa no cinema aqui a toda hora. Um cara no Rio (aquela coisa: praia, sol, mulher bonita, bla bla) toca samba sem pandeiro, mas com uma caixinha de fósforo. Daí uma dupla de amigos joga ping-pong sem raquete, mas com havaianas, e por aí vai. Deixando os clichês de lado e a falta de originalidade, não entendi a moral da história. Parece uma coisa tipo "quem não tem cão caça com gato". Mas e aí, se não tiver Guinness vai Brahma mesmo? Sempre viajo no final do comercial e não vejo o fim. Certamente eu perdi alguma coisa importante ali.

Justice @ Brixton

* Acho que eu estou velha demais para o Justice, deve ser isso. Não sou nada fã de pop/electro/dance/blabla francês, e não gosto nem de Daft Punk. Nunca consegui ouvir o cd do Justice inteiro e ao vivo, então, fiquei me sentindo a tiazona do Xerox infiltrada na festa do colegial da escola.

* Ainda mais na Brixton Academy, um lugar surreal para show desse tipo. Cadeiras numeradas, vários seguranças fazendo a molecada derretida ficar sentada e, detalhe: é proibida a entrada com chiclete. Eles não só me fizeram cuspir o chiclete, como jogaram meu pacote de trident novinho. Nas cadeiras vizinhas, adolescentes vestidos de rena (!!!) - segundo uma amiga que é produtora aqui em Londres, o assessor do CSS enviou um email para a imprensa pedindo que as pessoas fossem aos shows fantasiadas - e mães com filhas ansiosas esperando o CSS. A Lovefoxxx reina absoluto entre essas meninas, que só se levantaram da cadeira quando o Justice parou. Eu ainda não entendo o eletrônico pastelão do Justice, mas admirei a força de vontade do público que berrava, derretia, cantava e dançava freneticamente... nas cadeiras.

Desculpa, roqueiros

* Eu cheguei super atrasada nesse lance do blog Dear Rockers. Você pode mandar a sua carta-desculpa para aquele artista cujo CD você acaba de baixar na internet de graça. Mande também $5, claro. Eu acho que devo mandar as minhas desculpas ao Justice então, mas não pretendo pagar $5 pelo CD que já deletei do sistema.

* Passei um tempão lendo as cartas absurdas no blog. Tem até uma menina que pede desculpas ao Gipsy Kings por um mixtape de 1996, com fotinho da fita cassete e tudo!!! Isso sim é old-school.

* Em um post da semana passada, falei que o único filme de que não gosto do Wes Anderson é o "The Life Aquatic...". Além de ter achado meio bobo, a trilha sonora do Seu Jorge me deu sono. Por coincidência o Guardian entrevistou essa semana o cara com o emprego mais chato do mundo: Randall Poster, que ganha a vida fazendo trilha sonora para filmes alternativos. Ele faz a trilha de todos os trabalhos do W. Anderson, e olha o que ele diz sobre a trilha do "Life Aquatic...":
"Seu Jorge, que faz o papel de um cara chamado Pelé, foi chamado para o elenco porque tinha participado do filme Cidade de Deus. A gente sabia que ele tocava um pouco, mas não tinha idéia da contribuição que ele traria ao projeto. Ele não falava muito bem inglês e não tinha qualquer familiaridade com as músicas do Bowie, mas de alguma forma se saiu bem. (...) Fizemos 13 músicas juntos e foi mágica, porque no script dizia apenas: 'Pelé embarca e canta uma música do David Bowie em português'. A gente partiu disso e só."
* Eu acho muito bem bolado esse anúncio em ônibus e metrôs de Londres. Em um deles, tem um cara de olhos fechados completamente viajando na música que sai do iPod. No banco ao lado, um cara encara o iPod com cara de "já é". Bye Pod!!! Porque trombadinha existe em qualquer lugar do mundo. =)

* A alternativa é disfarçar o seu iPod com capuz! Adooooro essas capinhas do site iPod Hoodies. Ela é feita de moletom e você pode escolher vários modelos aqui.

sábado, 8 de dezembro de 2007

Blonde Redhead e Interpol @ Ally Pally

* Ter visto o Interpol aqui na semana passada me deixou com mais vontade ainda de ver a banda no Brasil em 2008. O Interpol é uma das poucas bandas - com o Arcade Fire - que ainda me faz comprar CD. Não tem uma música deles de que eu não goste. Nem sei dizer qual disco é o meu preferido. O show é impecável, e não vou escrever de novo por preguiça mesmo e porque já mandei para a Popload. Dá para ler aqui.

Blonde Redhead + Interpol @ Alexandra Palace

* A abertura do Blonde Redhead foi um bônus e tanto. Eu teria pago as mesmas libras para ver só eles, então ter as duas bandas no mesmo palco "não tem preço". Mesmo. Pouquíssimas pessoas que estavam lá conheciam o B.R., e muita gente deixou para chegar só na hora do Interpol. Mas quem chegava desavisado e dava de cara com a japonesinha se descabelando no palco berrando feito uma Bjork, tinha que ficar até a música acabar.

* Eu nunca soube que ela não conseguia falar meia palavra em inglês. A comunicação com a platéia foi ficando cada vez mais difícil, até que ela desistiu. Fofa, balbuciava algumas coisas que ninguém sabia o que responder ou como reagir. Ela tem uma dancinha louca, parece uma criança em transe. Vai se contorcendo, troca de instrumento, faz uns solos de metal com a guitarra, abandona e pega um teclado, joga a boina, se descabela e solta um "tank" you sem graça para a platéia.

* Sou muito fã dos gêmeos, mas não parei de olhar para ela. Assim como o Sam Fogarino, baterista do Interpol. Ele assistiu ao show do palco e acabou tocando três músicas com o a banda. Duas baterias! Para completar, Paul Banks entra para acompanhar o quarteto na melhor música do BR, "23". Show perfeito.

* Mesmo longe, consegui fazer um vídeo humilde. Reparem nas duas baterias! No gêmeos incríveis (adoooro o Amedeo)! No Paul Banks com gorro preto fazendo o modesto! E na dança sensacional da Kazu Makino. Meu cabelo não permite imitar.

"23": Blonde Redhead + Paul Banks & Sam Fogarino (Interpol)



* E para quem não conhece o Blonde Redhead, o site oficial é lindo e dá para ouvir bastante coisa clicando em "music", obviamente. Dãr. O wikipedia também é uma boa. E se você achar que é uma cópia do Sonic Youth, não é mera coincidência: a banda foi produzida pelo Steve Shelley (baterista S.Y.) no começo da carreira (1993). Salve o Wiki!

[ Blonde Redhead: site oficial ]

[ http://en.wikipedia.org/wiki/Blonde_Redhead ]

No More TopShop

Eu tenho medo da Oxford Street *foto by Orhan

* Já pedi demissão da loja dos horrores! Ufa!

* TopMusic: Há pelo menos 19 músicas que nunca mais vou conseguir ouvir na vida, tudo por causa da TopShop. Tenho calafrios só de ouvir Gallows, ou "aquela" da Bjork, ou a última do New Young Pony Club. Arranjaram um novo DJ essa semana que embarcou numas de rock garageiro no volume 10. Eu vi cliente sair correndo. Imagina trabalhar por 8 horas como se você estivesse dentro de uma cabine com o Tchello tocando na orelha. A música mais relaxante do setlist dele era Allison, do Pixies.

* TopMoment: Nesse tempo todo, posso dizer que além do desconto amigo para o pessoal "da firma", a única coisa interessante que me aconteceu por lá for ter atendido o Matthew Followill, do Kings of Leon. Mais nada. A calça dele era tão apertada que eu achei que ele não fosse conseguir levantar mais e ele nem levou a bota cowboy vintage de couro vermelho desbotado que eu ofereci.

* TopTraining: O top da bizarrice fica por conta do treinamento de sete horas, que inclui, entre uma simulação de incêndio e um "como se comportar ao avistar um terrorista em potencial", um modesto "o que fazer quando uma celebridade como o David Beckham entrar na loja". O David nunca entrou.

* TopAbsurdinho: a foto acima é do Flickr do Orhan, que captou a entrada da loja com uma multidão insana - e com nada melhor para fazer em Londres, no dia em que a Kate Moss lançou sua coleção lá dentro. Dizem que foi ela mesmo quem desenhou. Aham.

quarta-feira, 5 de dezembro de 2007

O Homem Urso, o Homem Alasca e o Homem Nerd

* Os filmes americanos por algum motivo, demoram horrores para chegar em Londres. Para vocês terem idéia, o desenho Ratatouille ainda está na lista de estréias e ainda recebe resenhas todo final de semana. Só nas últimas semanas consegui ver Into The Wild do Sean Penn e Darjeeling Limited, do Wes Anderson.

* Eu não vejo tanta diferença entre a história do menino playboy aventureiro Chris McCandless e a do doido Timothy Treadwell, aquele que falava "I Love You" para cocô de urso. Cada um na sua, mas a ingenuidade dos dois para mim é a mesma.

* O que eu vejo é uma diferença enorme de direção de um filme para o outro, o que faz com que um seja patético (o homem Urso) e que o outro seja herói (o homem Alasca). Se McCandless tivesse filmado sua própria aventura como fez Treadwell, nossa impressão do aventureiro galã não teria sido outra? Ou, se a sua história tivesse sido contada por Werner Herzog, sem trilha do vocalista do Pearl Jam ou imagens aéreas da imensidão branca do Alasca... como seria?

* Paralelamente, eu imagino o que teria sido do Homem Urso se a história dele tivesse sido filmada pelo Sean Penn (que eu adoro, mas que deveria continuar mais ator e menos diretor)... Ele passaria de doido a herói, já que tudo isso é apenas um detalhe de casting. Um Brad Pitt de bandana e um urso tipo Disney. Trilha do U2. A cena final seria estilo "Lendas da Paixão". Brad Pitt se agarrando com o urso, câmera lenta, música dramática, câmera ligada, herói sorri para o urso e diz I Love You antes de ser devorado. Ou mais ou menos isso.

* Eu adoro filmes sobre famílias excêntricas e/ou caindo aos pedaços. Aqui tem uma lista deles. Também adoro mais um filme sobre o nada do diretor nerd Wes Anderson. Melhor ainda se for um road-movie na Índia com trilha sonora esquisita e Adrien Brody no elenco. O 'nada' nessas condições vale muito. Diferentemente do 'nada' em um submarino com o Seu Jorge. Também é do Wes Anderson, mas não consegui gostar.

* Para fãs do Wes Anderson somente: o site Rushmore Academy funciona como um blog do diretor. Ele é meio feio visualmente, mas é cheio de informações valiosas. Detalhes da filmagem do Darjeeling, a trilha sonora, biografia completa de todos os personagens de todos os filmes (a biografia dos ótimos Tenenbaums é uma delíca de ler), kits de imprensa, partes originais dos roteiros e próximos projetos.

[ Rushmore Academy ]

sexta-feira, 30 de novembro de 2007

The Ghost Frequency @ Amersham Arms

The Ghost Frequency @ Amersham Arms

* O pub/bar Amersham Arms fica em um bairro no final do mundo (isso significa "do outro lado do Rio Tâmisa") em Londres. Penúltima estação da linha nova laranja, pelo "overground", não pelo metrô. O bairro é escuro como a Barra Funda, vazio e sinistro. Isto dito, tem que ter muita boa vontade para ir até lá. Compensa. O pub é lindo e a programação de shows e baladas é sensacional: o dono é o mesmo do Lock Tavern, pub com shows bem bacanas em Camden Town. A nova empreitada fica em New Cross, e já conta com Hot Chip para uma residência mensal nas picapes, por exemplo.

* Foi lá que a banda The Ghost Frequency tocou na quinta-feira passada, entrando só a meia-noite. Para a turma grande de indie/new-rave-kids que estava no pub, o horário não agradou muito, e pouco mais de 15 pessoas sobraram para ver o show. Eu já nem sabia mais como ia voltar para casa sem trem e sem metrô, mas ok.

* Eu adoro a banda, que acabei conhecendo por causa da música "Money on the Fire", ótima para tocar na pista. Ela lembra Rapture, Bloc Party, Klaxons e mais uma salada de bandas novas. Ao vivo, parece mais disco-hardcore. As revistas daqui têm chamado de "disco-synth-punk" ou dance-core, mas eu nunca fui muito boa para esses rótulos.

* Doran, o vocalista, agora faz a linha "punkabilly" no visual: calça dobrada com meia branca aparecendo, tatuagens, camisa xadrez com mangas enroladas e camiseta branca, e é claro, o topete com muito gel. Ele também faz aquela dancinha ótima (dá para ver no vídeo de Nightmare) que mistura Ian Curtis, Morrissey e Jair do Ludovic. Sabe qual?

* O show começa sem maiores avisos logo com "Money On The Fire", música que até a minha irmã adora. O clima era "punk intimista", e de tão vazio acabei colada com o palco. Muito mais pesado que o normal, mas dançante mesmo assim. O cenário segue o mote da banda, que é o de filmes B de horror: muito verde, gosmas, caveiras, montros e olhos saltando e voando pela bateria. Menos de uma hora de show contra duas horas de ônibus para voltar para casa.


* O single da música nova, a "Never Before Have I Seen A Man Alive That Looks So Exactly Like A Skeleton" (decorou?), sai no dia 10 de dezembro e o vídeo horror-B está no YouTube, clique aqui para ver. Fiz um vídeo dela ao vivo, coloquei aqui. Abaixo, um outro trecho do show. Reparem na dança.

"Money On The Fire" - The Ghost Frequency


* Todas as fotos estão no Flickr

Control + Hornby @ Revista UM

* Esqueci de colocar aqui as duas resenhas que fiz para a Revista UM deste mês. Espero que vocês gostem... Para ler online, por enquanto, tem que ser assinante da UOL... Se você for um, clique nos links abaixo para os textos:

Texto: CONTROL, by Corbjin

Texto: SLAM, by Hornby

* E por falar em Nick Hornby, saiu uma entrevista bem legal com ele no Sunday Times. Mais dois livros já viraram roteiro: Uma Longa Queda e Como ser Legal, e estão em fase de produção. Ele também revela que, apesar de seus personagens serem bem masculinos, o seu público alvo são "as mulheres de 30 anos". Eu sabia!!!! =)

* Eu achei o texto original da entrevista neste site:

[ Entrevista Nick Hornby ]

* O blog dele tem sido atualizado com freqüência, e até playlist do mês ele postou! É engraçado ler sobre a "turnê" de lançamento do livro e sobre as novas tietes de 15 anos... [ Blog Nick Hornby ]

quarta-feira, 21 de novembro de 2007

Sampaist @ The Guardian

Acho muito chique

* Na semana passada o Sampaist recebeu um email do jornalista Benji Lanyado - do jornal inglês The Guardian - pedindo dicas sobre São Paulo.

* Ele passaria um final de semana na cidade, tinha pressa e queria saber exatamente o que fazíamos, e não o que "recomendávamos". Mandei minha listinha kit-final-de-semana-em-Sampa, que costuma ser: Filial, Exquisito, Milo Garage, Vegas, StudioSP, Casa Belfiore, Clube Belfiore, Clash, a fejuca do Consulado Mineiro e o doce de ambrosia da praça Benedito Calixto.

* A gente só não sabia que ele seguiria o email parágrafo por parágrafo, dica a dica. E foi assim que, uma das coisas de que eu mais sinto falta no Brasil foi parar no Guardian: o bolinho de arroz acompanhado de caipirinha de frutas vermelhas do bar Filial, na Vila Madalena.

* O texto ficou ótimo! Ele consegue descrever a "perigosa" Barra Funda e a "boêmia" Vila Madalena com riqueza de detalhes, e alguns trechos são bem engraçados. O texto começa com o jornalista dizendo que a cidade é conhecida como "um osso duro de roer", e termina com a aventura dele tentando achar o CB.

[ TRECHOS ]

* StudioSP: "Entrada inofensiva, fila pequena e segurança gigante. Um casal, visto pela última vez girando na pista, de repente sobe ao palco e começa a fazer um set ao vivo de electro. Ela canta, ele enrola".

* Barra Funda: "Quando perguntamos para a recepcionista do albergue como ir até a Barra Funda ela nos olhou assustada e demos pra trás. (...) Decidimos nos aventurar no sábado. Ansiosos, pegamos um taxi na saída da estação Barra Funda. O motorista tem que parar para pedir informação sobre como chegar à Casa Belfiore. (...) Parece não ter nada lá em lugar algum, até que entramos em uma ruazinha com uma casa iluminada por luzes multicoloridas."

* Casa Belfiore: "Público desleixado, estilo rockabilly moderninho, com barba e camisa xadrez. (...) Gravuras chinesas obscuras e poster de Bukowski nas paredes. (...) Entendo pouquíssimas coisas do cardápio, e decido escolher o que parece ser um Roquefort com alguma-coisa-caramelizada. Vinte minutos depois, surge da cozinha uma berinjela meticulosamente caramelizada, servida por uma garçonete com um piercing enorme no septo."

* Clube Belfiore: "A parada final do Ana's Tour é o Clube Belfiore. A caminhada é sinistra - ruas desertas, doidos cambaleantes e um vira-lata latindo. Nada leva a crer que o clube da hora em SP fica por perto. Mas lá está ele, dentro do que parece ser um galpão, iluminado por globos pálidos e abarrotado de locais perto de um palco nos fundos. A banda entra e eu fico pasmo. Por duas horas seguidas eles tocam covers de Cure, Happy Mondays, Blur e outros hinos indie, cada música anunciada em um português cômico pelo vocalista. Duas noites em SP e é uma surpresa atrás da outra."

---> Detalhes:

- A parte em que ele me descreve como "DJ & Club Booker" foi coisa do Lemp, que levou os caras para uma saudável feijoada num sabadão de feriado prolongado.

- O "Ana's Tour não incluía uma caminhada perigosa e solitária pela Barra Funda. Por sorte NADA aconteceu aos jornalistas e meu nome não foi parar na página POLICIAL do Guardian.

- Putz. Banda cover, não, né, Belfiore?

---> Para Ler:

[ São Paulo, Sampaist e Ana's Tour no Guardian ]

terça-feira, 20 de novembro de 2007

BRMC, Clinic & Arcade Fire

BRMC @ Roundhouse

* Na quinta-feira teve show do Black Rebel Motorcycle Club no Roundhouse, em Camden. Nem parece a mesma banda que tocava "Whatever happened to my Rock n' Roll?": foi um show mais para Cowboy Junkies que Kings of Leon, se alguém conseguir entender o quero dizer. Não sei se existe "country gótico" ou "country-goth", mas é mais ou menos isso. Para desespero das maquininhas digitais, não tem uma iluminação sequer no palco: só o baterista tem um spotzinho atrás dele. Mais nada. Todos vestidos de preto, como sempre, e muitas vezes não dava nem para achar o vocalista. Quando o show pesava, vinha um estrobo tão forte que não dava para olhar para o palco. Vide foto, ou o que restou dela.

* Eu gosto bastante do último disco do BRMC. Mas ao vivo, ele arraaasta o show, porque não tem a ver com as primeiras músicas da banda. As seqüências de músicas "lentas" eram bem longas e com solos (teve até trombone!!!), e os jovens roqueirinhos sujos da frente do palco não tinham paciência. Um careca com cara de jogador de rugby atrás de mim berrava o tempo todo para a banda "acelerar", este sim o pior fã que existe. Ele só se deu por contente quando a "Whatever..." entrou. A pista pegou fogo, mas ainda assim, prefiro o show gótico-folk-arrastado, to ficando velha. =)

* Momentos Coldplay de solos de piano, momento bem desnecessário a la Vanguart com vocalista sozinho no palco fazendo cover de Dylan (meninos, dar aquela gaiteada na voz NÃO é cantar como o Dylan), e pancadaria de bateria no breu.

* Na saída, todos os carros em frente ao Roundhouse estavam com os vidros quebrados. E a gente reclama da Barra Funda, neam. E para completar, três ratazanas estavam fazendo a festa no ponto de ônibus. Whatever happened to Camden Town?

Clinic @ Ally Pally

* O show de abertura do Arcade Fire pelo soft-metal do Clinic foi uma surpresa. A-do-rei e nunca pensei que fosse dizer isso. O Arcade já vinha fazendo um cover de "Distortions" em outros shows, então não foi um convite muito inusitado (dá para ver a versão de Distortions em um show em Portland). Richard Parry (Arcade) estava ao meu lado durante o show do Clinic, com uma latinha fechada de Cachaça 51 - made in Brazil. Acaba o show e ele, na maior tranqüilidade do mundo fala: "Vou me trocar, é a minha vez". Deve ser estranho - e muito bom - fazer parte de uma das maiores bandas do mundo e nunca ser reconhecido.

Arcade Fire @ Ally Pally

* Alexandra Palace tem a cara do Arcade Fire. Eles não poderiam ter escolhido um lugar melhor. Não chega a ser um palácio, como o nome diz, mas é um teatro pomposo e vitoriano, com teto de vidro em alguns cantos. Ele fica no topo de uma colina gelada no norte de Londres. Fazia mais ou menos 3 graus naquela noite, e um ônibus gratuito tinha a bondade de levar os fãs colina acima.

Ne-on Bi-ble, Ne-on Bi-Ble

* O cenário do show Neon Bible em Londres não foi muito diferente do de Leeds, mas festival não é a mesma coisa. O "Ally Pally" (como os londrinos chamam o teatro) estava mesmo parecendo uma igreja, com panos pretos no teto e veludo vermelho por todo o palco. Uma réplica de órgão de igreja ocupava boa parte do espaço, e telões ovais gigantescos foram espalhados pelos cantos.

* A pastorinha berrante brasileira não tem mais a honra de abrir sozinha o show. Agora ela disputa espaço com outros pregadores mais velhos que ela, mas tão bizarros quanto.

* Aqui em Londres, assim como em todos os shows da Inglaterra, o cover foi de "Still Ill" dos Smiths. Sem comentários.

* O final é sempre apoteótico, e "Wake Up", cantada por um mundo de gente, sempre dá aquela vontadezinha de chorar.

terça-feira, 13 de novembro de 2007

Nirvana Unplugged


* Eu sempre achei que esse DVD existisse há tempos, mas enfim, deve ter sido algum VHS caseiro que caiu na minha mão.

* Preparando o povo para o lançamento do DVD do acústico do Nirvana para a MTV (dia 19 deste mês!), a revista do Observer traz um depoimento bem legal do produtor do programa na época, o Alex Colleti.

---> Para Ler:

[ Flashback: 18 November 1993 ]

[ UPDATE ]

* No jornal Guardian de hoje, mais um artigo sobre o acústico Nirvana. Título: "Um bilhete suicida ou apenas um bom show?".

Hum...

* Os extras do DVD parecem ótimos: vai dar para ver o ensaio das músicas "Come as You Are", "Polly", "Pennyroyal Tea", "The Man Who Sold the World" (Bowie) e do cover de "Plateau" pelo Meat Puppets.

---> Para Ler:

[ Nirvana Unplugged: suicide note or just a good gig? ]

Outono

* Eu sei que tirar foto de árvore é pior que ficar tirando foto de cachorro, mas infelizmente eu adoro fazer as duas coisas. =)

* O mais engraçado é que só agora que as folhas começaram a cair é que eu descobri uma vizinhança toda na minha janela. Há dois meses, minha vista era um mar de árvores bem verdes e bem altas, com uma raposa xereta que sempre saía do meio delas para tentar invadir o jardim do vizinho. Agora, eu vejo várias casinhas, um prédio e até uma rua sem saída. O bairro mudou de cara completamente.

* A foto acima é de um dia de Photo Safari no parque. As cores são tão diversas e fortes que nem deu coragem de abrir o photoshop.

* Mais fotos no Flickr.

quinta-feira, 8 de novembro de 2007

Reverendo Massari

Massari & Zappa

* O site oficial do Fabio (sem acento, hein) Sabetudo Massari já está no ar!

* Por enquanto, dá para fuçar todos os tracklists do programa Poploaded, visitar sites recomendados por ele, e saber mais sobre os livros Rumo à Estação Islandia, Emissões Noturnas e o mais recente Detritos Cósmicos, sobre o Frank Zappa.

* Falta um blog para que ele possa contar todas as histórias absurdas de viagens e backstage, e a gente sabe que não são poucas. Seria mais interativo e os leitores poderiam comentar e fazer perguntas. Provavelmente o campo ainda em construção "Mondo Massari" seja para isso? UPDATE: sim, o Mondo Massari vai ser um blog! Eba!

* Infos:

--> Site oficial: [ Reverendo Massari ]

--> Para ouvir o programa e ler o blog da rádio: [ Rádio Poploaded ]

--> Agora todas as sessions estão no YouTube, é só colocar "Poploaded" no search do site!

--> As fotinhos em p&b do site são minhas, passem na galeria e prestigiem! =)

quarta-feira, 7 de novembro de 2007

Banksy Exposed!

* Poder andar pela cidade e dar de cara com os trabalhos do Banksy não tem preço. A frase é clichê, mas nem vou tentar inventar outra. Para quem nunca visitou o site acima, de onde essa foto foi gentilmente roubada, é só clicar para ver muitos dos trabalhos dele que já foram apagados das paredes da cidade.

* Atenção: uma leitora do Londonist conseguiu o que poder ser uma das únicas fotos do artista em ação! Olha só que beleza:

Banksy em Bethnal Green

* O resultado final é esse:

* A flor amarela tem sido vista em outros pontos de Londres e não é um trabalho de Banksy. Leiam aqui o 'furo de reportagem' do pessoal do Londonist.

[ Enquanto isso, ... ]

--> Enquanto 11 trabalhos de Banksy eram leiloados há duas semanas, os jornais ingleses publicaram uma ameaça da prefeitura de apagar todos os seus grafites.

--> E enquanto uma parte da Prefeitura realmente tem jogado tinta branca nas paredes, uma outra parte indignada saiu pelas ruas para "restaurar" as obras danificadas.

Restauração de grafite é novidade

* Leiam o artigo aqui, é bem interessante.

--> E enquanto elas não somem, o blog Art of the State mantém posts geniais sobre os grafites de Banksy em Londres. Só em setembro eles acharam mais 4 desenhos escondidos! O blog é sobre arte de rua e é atualizado quase que diariamente com fotos e textos.

--> E enquanto o povo se mata naquela eterna discussão para boi dormir do "Mas... é arte?", a Mari resolveu mesmo é colocar o Banksy na pele:


[ Flickr da Mari ]

terça-feira, 6 de novembro de 2007

Spine Breakers

* A editora Penguin estreou muito bem na web 2.0. Eles acabam de lançar um site fofo chamado Spine Breakers para 'adolescentes' de 13 a 18 anos. Nem todo teenager é alienado, vejam bem, e o site é para um seleto grupo de jovens intelectuais - ou nem tanto - que gostam de ler! Adorei.

* O lançamento do site coincide com o lançamento do novo livro do Nick Hornby, SLAM. Super interativo, tem entrevistas com autores, resenhas modernas com uma linguagem mais "teen" e um espaço para você dar um final mais interessante para seu livro favorito. Ele também fala sobre música! Aqui você pode escolher uma trilha sonora para um livro de que gostou, por exemplo, e saber o que as bandas indies andam lendo.

* SpineBreaker, segundo o site, é "o nome que se dá em inglês para pessoas dessa faixa etária, que gostam de ler e escrever e de surfar na internet".

*Uma idéia genial foi dar uma cópia do livro preferido das bandas com uma capa branca. Essas bandas tiveram que desenhar a capa dos seus livros e você pode ver o resultado aqui. Essa é a capa da banda Mr Hudson & The Library para a "Revolução dos Bichos":


* Percebam que o site é para adolescente mas eu me empolguei horrores. Na home, você vai ver o ator Nicholas Hoult (o garotinho agora crescidinho de About A Boy). Clicando na foto, TCHANAAAAM, um vídeo do ator batendo papo com o Nick Hornby sobre o livro SLAM. Adooooro.

* Achei a parte do Hornby no YouTube, olha só o ídolo falando. Woohoo:

Nick Hornby: SLAM

Coisas Tantas!!!

* Estou trabalhando em uma loja de gente louca cool. Aquele tipo de ambiente em que a pessoa acorda três horas antes para dar tempo de jogar todas as roupas do armário no corpo. Ca-ma-das, a tendência do outono londrino levada às últimas conseqüências.

* O clima é de "Diabo Veste Prada", com mulheres se encarando o tempo todo na competição de looks. A mais bizarra moderna ganha, ou a que conseguir equilibrar mais sobreposições sem ficar com um quadril de Maria Antonieta.

* Na loja tem um DJ esperto que só pode tocar indie-rock. Eu achava engraçado, mas já estou prestes a jogar uma plataforma de verniz vermelho ($160 libras) na picape TODA vez que ele repete essas músicas na seqüência: Wombats dançando com Joy Division, daí na maior falta de criatividade do planeta ele manda ver Love Will Tear Us Apart, daí joga Anarchy do Sex Pistols, manda um Alcohol do CSS, e daí emenda NYPC. Nas sete horas que eu fico lá, essa seqüência rola no mínimo sete vezes. Ontem ele (re)descobriu o Seven Nation Army do White Stripes. Foi loucura. Tocou 5 vezes em três horas.


* Agora que os Eagles resolveram ressuscitar das trevas, alguns buskers da cidade insistem em vomitar "Hotel California" na gente. Não dá. Aqui nesse site tem uma interpretação detalhada da letra da música. Para quem nunca passou do refrão "Welcome to the Hotel California! Such a lovely place...", é uma boa.


* Por favor não. Camisinha de dedo para não sujar telinha de iPhone não é legal.

* E atenção: a assessoria do Rogério Skylab manda avisar que ele tem um blog, povo. Acessem: Godard City.

Poltergeist: They're He-eeere!

* O filme Poltergeist fez 25 anos minha gente. Toda vez que um filme que tenha me atormentado na infância fica velho desse jeito, eu levo um susto. Depois de Poltergeist, eu nunca mais escovei os dentes olhando para o espelho, nunca mais olhei embaixo da cama, tenho pavor da TV quando um canal sai do ar de madrugada e mais medo ainda de árvores com galhos que cutucam a sua janela. Mesmo não tendo nenhum galho de árvore que chegue no meu apartamento em SP.

* Além de tudo isso, por anos a fio tive que agüentar a piadinha: "Run to the light Caroline, run to the light". Só depois de muito tempo meus amigos foram perceber que o nome da menina não era "Kéroulaine", mas sim Carol Anne.

* Vocês lembram de todas as lendas urbanas que surgiram em volta da Carol Anne? A gente não tinha Wikipedia naquela época, neam. Então fiz uma pequena leitura saudável no site para saber o que era mito ou verdade.

* Ela não foi assasinada e não tinha uma irmã gêmea que também foi assassinada. E não, ela não era a velhinha anã do filme. A atriz loirinha (Heather Michele O'Rourke) tinha uma doença rara e morreu logo depois de terminar o Poltergeist III, aos 12 anos. O final do filme teve que ser refeito e usaram uma dublê no lugar dela.

* A outra loirinha que morreu era a irmã mais velha de Carol Anne no primeiro filme, a atriz Dominique Dunne. Ela foi assassinada pelo namorado aos 22 anos.

* As duas atrizes foram enterradas no mesmo cemitério na Califórnia, lado a lado. Carol Anne foi enterrada com seu Dumbo de pelúcia.

* Acho que eu não deveria ter visto essa cena de novo:



* A trilogia ganhou edição especial de aniversário! Eu quero.

quarta-feira, 31 de outubro de 2007

No Metro: Halloween

* Enquanto isso, no metrô...



* Não dá para ver as asas pretas que ela usava, mas vale.

[ Foto by phonecam do Diggle ]

Carmina Burana @ Royal Albert Hall

* E enquanto vocês se jogavam no TIM Festival no sábado, eu dava continuidade ao meu projeto "Indie Erudito". Fui ver uma ópera pela primeira vez na vida, em um momento quase Julia Roberts em Pretty Woman. "Qua-se" porque não tinha Richard Gere nem colar de diamante, e eu nem chorei de emoção como manda o figurino.

* O cartaz do lado de fora do Royal Albert Hall dizia "MONUMENTAL", uma palavra que vou passar a usar com mais freqüência de agora em diante. Foi mesmo "monumental" e emocionante, apesar de conhecer só aquele trecho que a gente sabe bem qual é. A Ópera começa e termina com ele, ufa, porque não sei bem o que aconteceu no meio tempo. Eu me pegava viajando em pensamentos e fazendo filmes com aquela trilha dramática e só voltava do transe quando o coral de 400 (!!!) pessoas berrava novamente.



* Mudando de assunto:

* Eu quero saber do TIM Festival, povo, vamos lá, DESEMBUCHA! Eu já cansei de ler as resenhas "em cima do muro". Todo mundo achou a Bjork carnavalesca, mas emocionante (se fosse o Carlinhos Brown fazendo a mesma coisa tinha levado garrafa na cabeca, mas ok). Juliette Lewis foi clichê, mas divertiu. Spank Rock alegrou, mas fez confusão sonora. Arctic Monkeys foi rock certeiro, mas seco demais. Killers atrasou mas arrasou.

* Que passa? Quero saber a verdade!!! =)

domingo, 28 de outubro de 2007

ONCE: musical indie-fofo-folk


* Eu não costumo confiar em filmes "menino-encontra-menina" porque é sempre a mesma ladainha. Prefiro o tipo "menino-encontra-menina-e-dá-tudo-errado-no-final", como em Closer e Match Point.

* O filme irlandês ONCE (dirigido por John Carney), além de ser um romance é um musical. Eu odeio as duas coisas.

* Maaas, detalhe: é um musical folk. O "menino irlandês" e a "menina Tcheca" são os dois personagens centrais que formam um casal-não-casal de músicos talentosos e chorosos, uma mistura (musicalmente falando) entre Coldplay e Damien Rice.

* OK. Vamos combinar que a definição de folk se perdeu completamente no tempo, e que qualquer pessoa com uma idéia na cabeça e um violão na mão acha que faz "folk". Tem um pla-ne-ta separando Joni Mitchell de Wilco e de Devendra Banhart, mas dizem que é tudo "folk". Se Devendra é freak folk, vamos dizer que o filme seja "pop folk", apesar de eu achar que é tudo "pop romântico" e que os indies usam o termo "folk" só para dar uma glamourizada na coisa.

* As músicas são bem bonitas, mas a história fica por aí. A idéia foi mesmo fazer um disco visual, ou um vídeo-clipe de duas horas com 10 músicas. Pode parecer tortura, mas passa rápido e é fofo sem ser (muito) piegas. A música principal gruda na cabeça por semanas, o que comprova a idéia de que o "álbum visual" funciona muito mais que martelar uma música no rádio. Ela está abaixo.

Glen & Marketa - "Falling Slowly"



* Curiosidades que deixam "a vida" mais interessante que "a arte":

- Glen Hansard, que faz "o menino", era o guitarrista no filme "The Commitments". Ele é guitarrista e vocalista da banda The Frames, que já está no sexto CD e que depois do fime caiu nas graças do Bob Dylan. E do Steven Spielberg.
- Markéta Irglová, que faz "a menina", é uma menina prodígio que toca piano desde os sete e aprendeu a tocar guitarra sozinha aos 9. Ela conheceu Glen Hansard aos 13 anos, quando a banda dele foi tocar na República Tcheca. Eles ficaram impressionados com o talento da menina, a convidaram para tocar uma música no palco, e nunca se esqueceram dela.
- Seis anos depois, os dois estão juntos na vida real, gravaram um CD e vão excursionar pelo mundo. Ele aos 37 anos, ela aos 19. E serão felizes para sempre.

segunda-feira, 22 de outubro de 2007

Islington: Zero Degrees, Rugby e a Leitoa Assassina

Zero Grau

* Em um pouco mais de dois meses aqui, já fiz de tudo um pouco. De corrida de cachorro a boliche indie. No final de semana resolvemos ficar pelo bairro e ver o que tinha de bom para se fazer aqui.

* Um dos teatros de dança mais famosos do mundo fica em Islington, o Sadler's Wells. Eu nunca fui a um espetáculo de danca na vida, mais por preconceito que por falta de oportunidade. Não estou falando de balé no municipal, ok, e sim de dança contemporânea. Acho chato mesmo. Não entendo a profundidade das histórias contadas por passos e não por imagens ou diálogos: me dá sono, eu viajo na trilha e esqueço da dança, e não suporto as conversinhas profundas e pseudo-intelectuais pós-show. Mas topei ver a "peça do ano" no "teatro do ano" com os "artistas do ano".


* Ainda falta muuuito para eu pegar detalhes de uma história sobre um conflito em uma viagem de comboio entre Bangkadesh e a Índia, que reflete "a busca do ponto de referência, do ponto “0”, do núcleo da vida, o ponto central entre os opostos como a vida/morte, claro/escuro, ordem/caos". Não teria entendido nada disso sem o release, claro. Mas acho que tive muita sorte de passar pela experiência com um espetáculo tão bonito e emocionante. O time ajuda: a peça é resultado de uma colaboração entre os artistas Akram Khan e Sidi Larbi (fiz a mesma cara de interrogação. São artistas provenientes de famílias islâmicas que moram em Londres), o escultor Antony Gormley (ele é o cara que cravou aquelas estátuas gigantes em uma praia de Liverpool) e o compositor Nitin Sawhney. As músicas indianas eram tocadas ao vivo por uma mini-orquestra que ficava atrás de uma tela transparente sob o palco. Lindo. Até para quem não é da turma. Obs: dei de cara com um dos pet shop boys (Neil Francis Tennant) na entrada.

Zero Degrees @ Sandler's Wells



* RUGBY: da profundidade das discussões islâmicas para a final da Copa do Mundo de Rugby, que parou a cidade por 80 minutos. Todos os pubs com telões e correria nos metrôs, aquela euforia de Copa do Mundo no Brasil que eu não consigo sentir nem em Copa do Mundo com final de Brasil x Argentina. Empolgação "zero grau" da minha parte, contando os minutos para aquilo acabar. Vitória da Africa do Sul e o pub nunca mais foi o mesmo. Para a minha analogia funcionar, tentei imaginar que a Argentina vencendo o Brasil aos 45s do segundo tempo. Ok, comecei a sentir um pouquinho da tristeza que se instalou no bar. Mas bem pouqinho.

* Para acabar a noite, resolvemos jantar e um amigo pediu um pedaço de "leitoa assada", que estava bem "crocante" segundo o menu. Além de ter perdido o jogo, ele também perdeu um dente. E o da frente:

One and a Half Teeth, by James

* Mesmo com um dente e meio, ele topou continuar a balada pelo bairro. Com os pubs fechados, achamos uma casa vermelha estranha, com licença para funcionar depois da meia noite. Bizarro. Banheiro misto sem espelhos, cavernas escuras, pessoas caretas tipo festa de firma e um DJ sem noção, estilo Grind-da-Lôca, que tocava EMF, Madonna e Gossip na seqüência. Show de horror. Para dar um clima cool ao lugar, um telão exibia fotos glam de Lou Reed, Iggy Pop e David Bowie. Socorro.

Algum lugar em Islington

domingo, 21 de outubro de 2007

Nos Jornais: Book of Rock & Pop


* O Observer sempre lança algum livrinho de bolso com trívias e curiosidades do rock. O último é esse acima, o "The Observer Book of Rock & Pop", com 112 páginas, que eu tive a paciência de ler durante a semana, entra uma horinha e outra no ônibus.

* O livro traz informações super batidas, mastigadas e regurgitadas por todas as revistas de música que a gente já leu na vida. Há também as resenhas do Guardian sobre discos clássicos, um apanhado das melhores capas de disco, das melhores frases, dos melhores shows e etc. NADA muito surpreendente. É na verdade, uma enciclopédia de bolso para quem começou a se interessar por música agora, e que não sabe a diferença entre Bob Marley e Michael Jackson.

* Algumas atualidades estão ali, claro: tem um capítulo para os EMOS e outro para os indies, tem a Lilly Allen e a Beth Ditto, uma homenagem legal ao John Peel e uma página sobre "cortes de cabelo do rock".

* A "new rave" não entrou no livrinho, mas a Lovefoxxx, sim. Ela está na página que fala sobre "Fashion Victims": os modelitos "mulher-gato" da Lovefoxxx são chamados de avant-garde.

* Eu gosto das informações mais bizarras, aquelas que a gente esquece dois segundos depois que lê e nunca lembra detalhes para contar aos amigos.

* Tipo essas:

- Os Melhores Títulos de Música Country de Todos os Tempos: Eu escolhi "Are You Drinking with Me, Jesus?" by Mojo Nixon; "You're the Reason Our Kids are Ugly" by Loretta Lynn; Did I Shave My Legs for This?" by Deana Carter (ela reclama que se depilou para o gatinho, mas ele prefere ver TV e beber cerveja); e a romântica "She Broke My Heart, So I Broke Her Jaw" by Rick Stanley.

- De onde as bandas tiraram seus nomes: essa página é a mais batida e sem noção. Até a revistinha da Cultura Inglesa nos anos 80 já trazia o porquê dos nomes U2, Led Zeppelin, Pink Floyd e Beatles. Mas eu não sabia do Buzzcocks, apesar de ser bem óbvio. O nome vem de uma expressão em inglês, "bus cock", que se refere à ereção que os homens têm sentados no ônibus "por causa da máquina movida à diesel" (!!!!!). Hã??? A culpa é do diesel.

- A Música Mais Ouvida no Mundo: essa eu também não sabia. Claro, a música mais ouvida no mundo é aquela musiquinha de abertura do Windows 95. Milhões e milhões de pessoas ouvem essa musiquinha várias vezes ao dia todos os dias. Ela tem apenas 3,25 segundos e foi criada por Brian Eno em 1995. Ele recebeu 35.000,00 libras pela mini-ópera, ou R$ 175.000,00. Quando recebeu o contato da agência, a carta pedia uma música que fosse "inspiradora, universal, otimista, futurista, sentimental e emotiva". No final da carta: "ah. ela deve ter 3,25 segundos". Os Rolling Stones acabaram ganhando 100 vezes mais que o Eno para ter a música "Start Me Up" usada nos comerciais do Windows.

Aos queridos fãs de Jared Leto

Segueeeei

* As meninas têm me avisado já há algum tempo, mas eu esqueci de comentar.

* Daí, fuçando as visitas ali no sitemeter, percebi que as buscas por Jared Leto continuavam em alta, mas um link em especial etava direcionando um povo para cá. Entrei e era uma comunidade dele no Orkut, que estava muito ofendida comigo e dizia assim: "entrem lá e xinguem o dono deste blog".

* O que é sempre divertido, na verdade, porque fã é uma espécie a ser estudada cuidadosamente.

* Não é hoje que a banda emo (é emo sim, parem de me contradizer seus chorões) do Jared se apresenta no Brasil???? Eeeee. Que festa de olhos borrados e chapinhas ao vento. Já até li aqui que a banda exigiu no camarim várias luvas de plástico. Medo.

* Para comemorar, mais uma seqüência de "hate comments" dos originais fãs do Jared, deixados neste post:

"o Jared eh lindo, viu?? Sua.. sua... cabeça de caqui"

* Detalhe: essa aqui abaixo escreveu "conserteza"

SEUS MANGOLÕES ELE NAUM EH EMO E nEM SE VESTE COMO UM EMO VCS NAUM SABEM DIFERENCIAR UM EMO CHINELÃO DE UM ROCKERO SUPER CHARMOSO . parem de falar besteras seus nooooobsss chinelões f.d.ps nós fãs o amamos e conserteza ele naum precisa de vcs para criticarem ele seus panacas

* Essa se fez de intelectual e terminou com um sermão:

"não serei frequentadora desse blog. Só comento aqui pra deixar bem claro uma coisa, com uma frase bem cliché: uma laranja podre [okay, as vezes muitas] acabam estragando o saco inteiro"


* Esse post antigo coleciona os comentários mais absurdos. Alguns novos:

"O Jared é o homem mais bonzao a face da terra. Como podem critica-lo? Se te metesses na tua vida ganhavas mais. Tu é k és falido e não vales nada. Se passasse por ti na rua partia-te a boca toda"

Fode-te . Ele e' todo bom

Pior é ser grunge! Lixo! N fale do q vc n sabe! respeito a sua opnião, mas é controversa!!

terça-feira, 16 de outubro de 2007

Come Together: Paul & Pete, Yoko & Beth

* A 50a edição da revista mensal de música do Observer (OMM) pediu para alguns artistas com mais de 60 anos que eles escolhessem alguém da "nova geração" para entrevistá-los.

* Sir Macca escolheu Pete Doherty, que precisou de uma licença especial da rehab para a ocasião.

* Já a Yoko, que também não é boba nem nada, escolheu a Beth Ditto.

* Espero que minha fotinho horrorosa dê ao menos uma vontadezinha de ler, porque as entrevistas ficaram engraçadas.

---> Para Ler:

[ Macca by Pete ]

[ Yoko by Beth ]

No Porn @ Poploaded 32

* Adoooro o No Porn, duo electro formado por Liana Padilha e Luca Lauri.

* Eles se apresentaram na edição 32 do Poploaded, passa lá pra ver/ouvir.

* Abaixo, a minha música preferida da dupla, "Baile de Peruas", que quando toquei no Milo muita gente veio perguntar o que era. Essa eu dedico para a minha irmã, que sabe cantar inteirinha. =)

No Porn: "Baile de Peruas" @ Poploaded Sessions



* O Augusto manda um recado sobre o "Baile de Peruas": "Essa música foi feita para a trilha de um desfile do André Lima! Tudo o que a Liana fala na música são frases de jornalistas de moda criticando o desfile anterior do André"

segunda-feira, 15 de outubro de 2007

Cowboys for fans only, Sexo na Galeria & Ian Curtis para madames

* A semana passou e eu nem senti, e acabei esquecendo de postar algumas coisas legais e outras nem tanto.

* E eu só fiquei sabendo no DOMINGO da polêmica Huck x Ferrez (em "texto marginal-chique", segundo a Folha). Tive que catar pedaços aqui e ali, mas acabei achando esse resumão ótimo. Se alguém tiver mais um texto legal (pode ser em blog) sobre isso, me manda o link por favor.

* Quarta-feira fui a um show recomendado para "fãs somente". Quando morei em Londres pela primeira vez, isso há oito anos, no sótão onde a gente morava tinha três cds. Neil Young acústico, The Best of The Cure e Cowboy Junkies (Trinity Session). Logo que voltei ao Brasil, comprei os 3 CDs, lógico, porque eles traziam lembranças estranhas. Adoro quando algumas músicas fazem isso.

Os irmãos Cowboy Junkies

* Justificativa dada, paguei algumas boas libras para ver Cowboy Junkies no projeto Don't Look Back. Para quem não sabe, é aquele projeto que traz uma banda e um disco clássico. A banda tem que tocar aquele disco na seqüência, com as músicas nas mesmas versões. Como o Trinity Sessions é o único disco bom do Cowboy Junkies, minhas outras desculpas para ter ido são: a nostalgia toda da coisa, o local do evento (o luxuoso Royal Albert Hall, um Municipal com cara da rainha da Inglaterra) e o convidado especial Ryan Adams, que tocou guitarra em todas as músicas, e cantou outras tantas. Juro que foi lindo. =)

* Quebrando as regras do projeto, a banda voltou para vários "bis", tocou músicas novas e Ryan Adams teve o seu momento. A música mais famosa da banda, se não for a única, é uma versão chorosa que eles fizeram para "Sweet Jane" do Lou Reed. Ela entrou na trilha do filme "Assassinos por Natureza" e está aqui. Ok, não se fala mais nisso.

* A exposição "proibida para menores" do Barbican foi que interessante. "Seduced: Art & Sex" é uma exposicão que traça a trajetória do sexo em obras de arte como livros proibidos, porcelanas, pergaminhos, filmes, fotos, estátuas e outras manifestacões artísticas através dos tempos.

Olha a Leda de olho no Cisne

* Eu adorei as fotos eróticas p&b dos anos 20, as porcelanas japonesas com gueixas insinuantes e as fotos ambíguas de frutas e objetos que lembram, bem, vocês conseguem imaginar. Pelo contexto e pela época, imagino o quanto essas obras chocaram, e isso sim faz sentido.

* Em ordem cronológica, você passa por todas as épocas, de A.C. aos dias de hoje, e por todas as modalidades sexuais, com fotos bem explícitas que "podem chocar e ofender". Essa plaquinha ficava na entrada. Aquela em neon cor-de-rosa também. Aquilo é arte, viu?

* Assim como as fotos bregas de sexo explícito da Cicciolina, no segundo andar. E também assim cono os slides com fotos de casais anônimos sendo felizes na cama, no chuveiro, na frente dos filhos, no sofá, na varanda... Para dar um clima de arte intelectual, os slides são projetados com uma trilha moderna e confusa, estilo Bjork. Talvez seja mesmo Bjork, porque a música foi me irritando aos poucos.

* Essa fase moderna da instalação, que inclui dois filminhos chatos mas considerados "cool" do Andy Warhol, é bem cansativa. Seguindo as "obras de arte" ali, dá a impressão que, qualquer foto de sexo com uma ambientação moderna e trilha ousada é arte. Eu só fiquei esperando aparecer em algum momento, o filminho da Paris Hilton. Não me surpreenderia nem um pouco.

* Semana passada também assisti ao Control, finalmente. Não quero falar muito do filme porque sei o quanto é chato. Apesar do ponto de vista do filme ser totalmente o da mulher traída e abandonada, adorei todos os momentos. Cada música que tocava estava no lugar certo, e era tão emocionante a ponto de você esquecer que, na verdade, a pertubação do Ian Curtis foi pouca - ou quase nada - explorada.

* Não vou falar mais nada. Só mais uma coisa: o Sam Riley, que faz o papel do Ian Curtis, está sensacional. Ele me lembrava tanto um amigo, que ate irritava. Para provar a ele que não estou mentindo, fotos dos dois, em posição parecida:

Sam Riley x Curtis

Ale Cuervo x Sam

* Ainda na onda do filme, fui ver uma exposição de fotos da banda em uma loja de madame. Só um cachecol na loja custava 86 libras. Façam as contas.

* São mais de 40 fotos do fotógrafo Pierre René-Worms tiradas em um único dia, 18 de dezembro de 1979, data de um show deles em Paris. É absurdo ver essas imagens depois do filme. A caracterização da banda (figurino, inclusive) está perfeita. O Peter Hook é igual!!!

* Para quem tiver tempo, esse artigo escrito pela Natalie Curtis, filha do Ian, está ótimo. Ela dá a sua visão do filme, fala sobre a banda e conta histórias ótimas do Tony Wilson. Ela é figurante no filme e é quem grita "fuck off" na cena em que colocam um maluco para cantar no lugar do Ian. =)