* Fechamos a viagem ao deserto com a agência Ligne d'Aventure, por email, algumas semanas antes da viagem. Não temos do que reclamar. Super atenciosos, responsáveis, pontuais e pacientes (mandei centenas de emails com dúvidas >> mulherada viajando sozinha, melhor não arriscar).
* Primeiramente, tudo o que diziam nos guias foi furado: ninguém nos seguiu, assediou ou foi inconveniente. Ninguém tentou trocar a gente por camelo, ninguém cuspiu nos nossos pés (!) e dá SIM para ter "eye contact" e sorrir para quem vem falar com você (um dos guias dizia para evitar qualquer tipo de contato visual com os homens marroquinos haha). Assunto para outro post.
* Bem, os irmãos Youssef e Omar, donos da Ligne d'Aventure, foram essenciais para que essa viagem desse certo. Berberes e filhos de nômades, moraram pelo deserto até a adolescência, e conhecem cada cantinho do Saara. Além disso, falam inglês, espanhol e francês fluentemente. E portunhol também.
* Eles podem montar a viagem como você quiser. É só dizer quantos dias você gostaria de ficar e quais lugares gostaria de conhecer. Como não tínhamos muito tempo para ir a Fez ou Casablanca, decidimos passar o tempo que restava (4 dias) nessa viagem ao deserto.
>> São 4 dias divididos assim:
1. MARRAKECH ---> GARGANTAS DO DADES
* São muitas e muitas horas dentro de um 4x4, mas a paisagem vale a pena.
* Olha a foto acima. A estrada estreita e tor-tu-o-sa além da conta fica na passagem de Tzi N'Tichka, a 2260 metros de altitude (a mais alta do Marrocos). Je-sus amado. Clique no vídeo para entender. Ela atravessa a cadeia montanhosa do Alto Atlas e você consegue ver a neve nos cumes das montanhas. Isso se você não estiver completamente zonza.
Não é miragem!
"Vale das Rosas" sem rosas no inverno. =/* Desfiladeiro/Gargantas de Dades:
* Antes de seguir para as dunas, uma parada para andar congelar pela "Garganta de Todra" (ou Desfiladeiro de Todra), uma das mais bonitas do caminho.
Esse pontinho preto na foto é a Carla.
Palmeiral do Vale de Todra>> DESERTO DO SAARA:
* De Todra, seguimos até um pequeno hotel em Merzouga, uma aldeia bérbere perto do maior conjunto de dunas do Marrocos, o Erg-Chebbi -- perto da fronteira com a Argélia (20km).
* É lá que você começa a viagem... de camelo. Quer dizer, dromedário. Não é um passeiozinho para tirar foto, não. São 1h e 40 minutos sacolejando em cima do dromedário. É divertido nos primeiros 7 minutos. Depois você passa 1h e meia torcendo para o acampamento chegar logo.
Nômades e as dunas de Erg-Chebbi ao fundo, ainda da janela do carro
Meu dromedário era o líder. =)
* Pausa para ver o pôr-do-sol lá de cima das dunas (que hippie! haha).
* E quando o acampamento chega e já está anoitecendo, você até esquece do perrengue:
O acampamento berbere
* O acampamento era melhor do que eu esperava, na verdade. Como é baixa temporada, ele estava vazio. Além da gente, só um casal de americanos. As tendas eram grandes e tapetes empilhados serviam de camas -- bem duras.
* Os "locais" fizeram um jantar incrível pra gente, o melhor da viagem. O tagine de frango com arroz foi servido nessa tenda mais "chique", com velas. Após o jantar, eles cantaram e tocaram tambores em volta da fogueira. Depois, fomos explorar as dunas no breu, só com a luz da lua.
* Tô hippie: sim ou com certeza?
É falta de foco, mas vou fingir que é ~arte~
* Fomos no inverno, quando a temperatura passa de 9° para 17° durante a manhã, 24° ao meio-dia e depois começa a cair até chegar nos 4°. No deserto, sem proteção e com vento, devia estar abaixo de zero.
* Usamos de uma só vez todas as roupas da mochila, todas as meias, gorro, cachecol, luvas e mesmo assim, ninguém conseguiu dormir! Sorte que levamos duas garrafas de vinho (marroquino) compradas no "mercado negro" (uma entrada secreta dentro de um supermercado na aldeia -- dica do guia muçulmano que nem bebe).
A vista da tenda-banheiro era meio sinistra
* Madruguei para ver o sol nascer e andei um pouco mais pelas dunas.
* E daí que você dá de cara com os dromedários te esperando e lembra que tem tooodo o caminho de volta.
* Paramos em Rissani, cidadezinha com um dos maiores souks do sul do Marrocos. De lá, foram horas de viagem até o Vale do Drá/Draa, cercado de palmeiras e com muitos kasbahs pelo caminho.
Parada básica para ver o lugar onde a cena do tiro do Babel foi filmada. :-)
* Em Ouarzazate, passamos a noite em um Kasbah-Riad lindo, o Dar Chamaa. Abaixo, a vista da nossa janela.
4. OUARZAZATE ---> MARRAKESH
* Apesar dos inúmeros kasbahs e palmeirais, Ouarzazate é conhecida mesmo pelos filmes feitos ali. Como faz sol o ano todo e a cidade é ao lado de uma das maiores dunas do Saara, muitos filmes de época acabam usando o estúdio Atlas Corporation e o cenário natural da região.
* Dá para visitar o estúdio e o Museu de Cinema, mas não espere muito. Apesar de bem conservado, o museu não tem fotos de making of, por exemplo, só um pôster enquadrado para cada filme... O estúdio Atlas é mais interessante e rende boas fotos, mas dá para ver tudo em 20 min.
Cenário do filme 'Cleópatra'
'Asterix e Obelix'
Esse não é cenário. É o Taourirt Kasbah.* Marrakesh fica para outro post, claro.
>> MAIS INFO.:
[ A lista de filmes rodados na região de Ouarzazate. ]
[ Agência Ligne d'Aventure. ]
[ Mais fotos no Flickr ]
>> POSTS RELACIONADOS:
7 comentários:
Parabnes viu, isso que e viagem :)
=))) Foi incrível mesmo!
Sabia que você teria fotos incríveis!
haha valeu, Pri!! <3
Maravilhoso!!!!!!!! Parabéns!
Quero ir também. Lindo demais, não?
Lindo mesmo! ;-)
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