Da Guinness para a Brahma em 7 dias
* Estou em processo lento de despedida de Londres. Tentando fazer tudo o que faltou, juntar um dinheirinho aqui e ali para compras de Natal (desculpa gente, mas não deu para juntar nada), reunindo amigos, sendo emotiva, fotografando besteiras, refazendo caminhos, etc. Espero poder voltar logo.
* Por falar em cerveja, tem um comercial da Brahma que passa no cinema aqui a toda hora. Um cara no Rio (aquela coisa: praia, sol, mulher bonita, bla bla) toca samba sem pandeiro, mas com uma caixinha de fósforo. Daí uma dupla de amigos joga ping-pong sem raquete, mas com havaianas, e por aí vai. Deixando os clichês de lado e a falta de originalidade, não entendi a moral da história. Parece uma coisa tipo "quem não tem cão caça com gato". Mas e aí, se não tiver Guinness vai Brahma mesmo? Sempre viajo no final do comercial e não vejo o fim. Certamente eu perdi alguma coisa importante ali.
Justice @ Brixton
* Acho que eu estou velha demais para o
Justice, deve ser isso. Não sou nada fã de pop/electro/dance/blabla francês, e não gosto nem de
Daft Punk. Nunca consegui ouvir o cd do Justice inteiro e ao vivo, então, fiquei me sentindo a tiazona do Xerox infiltrada na festa do colegial da escola.
* Ainda mais na Brixton Academy, um lugar surreal para show desse tipo. Cadeiras numeradas, vários seguranças fazendo a molecada derretida ficar sentada e, detalhe: é proibida a entrada com chiclete. Eles não só me fizeram cuspir o chiclete, como jogaram meu pacote de trident novinho. Nas cadeiras vizinhas, adolescentes vestidos de rena (!!!) - segundo uma amiga que é produtora aqui em Londres, o assessor do CSS enviou um email para a imprensa pedindo que as pessoas fossem aos shows fantasiadas - e mães com filhas ansiosas esperando o CSS. A Lovefoxxx reina absoluto entre essas meninas, que só se levantaram da cadeira quando o Justice parou. Eu ainda não entendo o eletrônico pastelão do Justice, mas admirei a força de vontade do público que berrava, derretia, cantava e dançava freneticamente... nas cadeiras.
Desculpa, roqueiros
* Eu cheguei super atrasada nesse lance do blog
Dear Rockers. Você pode mandar a sua carta-desculpa para aquele artista cujo CD você acaba de baixar na internet de graça. Mande também $5, claro. Eu acho que devo mandar as minhas desculpas ao Justice então, mas não pretendo pagar $5 pelo CD que já deletei do sistema.
* Passei um tempão lendo as cartas absurdas no blog. Tem até uma menina que
pede desculpas ao Gipsy Kings por um mixtape de 1996, com fotinho da fita cassete e tudo!!! Isso sim é old-school.
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Em um post da semana passada, falei que o único filme de que não gosto do Wes Anderson é o "The Life Aquatic...". Além de ter achado meio bobo, a trilha sonora do Seu Jorge me deu sono. Por coincidência
o Guardian entrevistou essa semana o cara com o emprego mais chato do mundo:
Randall Poster, que ganha a vida fazendo trilha sonora para filmes alternativos. Ele faz a trilha de todos os trabalhos do W. Anderson, e olha o que ele diz sobre a trilha do "Life Aquatic...":
"Seu Jorge, que faz o papel de um cara chamado Pelé, foi chamado para o elenco porque tinha participado do filme Cidade de Deus. A gente sabia que ele tocava um pouco, mas não tinha idéia da contribuição que ele traria ao projeto. Ele não falava muito bem inglês e não tinha qualquer familiaridade com as músicas do Bowie, mas de alguma forma se saiu bem. (...) Fizemos 13 músicas juntos e foi mágica, porque no script dizia apenas: 'Pelé embarca e canta uma música do David Bowie em português'. A gente partiu disso e só."
* Eu acho muito bem bolado esse anúncio em ônibus e metrôs de Londres. Em um deles, tem um cara de olhos fechados completamente viajando na música que sai do iPod. No banco ao lado, um cara encara o iPod com cara de "já é".
Bye Pod!!! Porque trombadinha existe em qualquer lugar do mundo. =)
* A alternativa é disfarçar o seu iPod com capuz! Adooooro essas capinhas do site
iPod Hoodies. Ela é feita de moletom e você pode escolher vários modelos
aqui.