* A semana passou e eu nem senti, e acabei esquecendo de postar algumas coisas legais e outras nem tanto.
* E eu só fiquei sabendo no DOMINGO da polêmica Huck x Ferrez (em "texto marginal-chique", segundo a Folha). Tive que catar pedaços aqui e ali, mas acabei achando
esse resumão ótimo. Se alguém tiver mais um texto legal (pode ser em blog) sobre isso, me manda o link por favor.
* Quarta-feira fui a um show recomendado para
"fãs somente". Quando morei em Londres pela primeira vez, isso há oito anos, no sótão onde a gente morava tinha três cds.
Neil Young acústico,
The Best of The Cure e
Cowboy Junkies (Trinity Session). Logo que voltei ao Brasil, comprei os 3 CDs, lógico, porque eles traziam lembranças estranhas. Adoro quando algumas músicas fazem isso.
Os irmãos Cowboy Junkies
* Justificativa dada, paguei algumas boas libras para ver
Cowboy Junkies no projeto
Don't Look Back. Para quem não sabe, é aquele projeto que traz uma banda e um disco clássico. A banda tem que tocar aquele disco na seqüência, com as músicas nas mesmas versões. Como o
Trinity Sessions é o único disco bom do Cowboy Junkies, minhas outras desculpas para ter ido são: a nostalgia toda da coisa, o local do evento (o luxuoso Royal Albert Hall, um Municipal com cara da rainha da Inglaterra) e o convidado especial
Ryan Adams, que tocou guitarra em todas as músicas, e cantou outras tantas. Juro que foi lindo. =)
* Quebrando as regras do projeto, a banda voltou para vários "bis", tocou músicas novas e Ryan Adams teve o seu momento. A música mais famosa da banda, se não for a única, é uma versão chorosa que eles fizeram para
"Sweet Jane" do Lou Reed. Ela entrou na trilha do filme
"Assassinos por Natureza" e está
aqui. Ok, não se fala mais nisso.
* A exposição
"proibida para menores" do Barbican foi que interessante.
"Seduced: Art & Sex" é uma exposicão que traça a trajetória do sexo em obras de arte como livros proibidos, porcelanas, pergaminhos, filmes, fotos, estátuas e outras manifestacões artísticas através dos tempos.
Olha a Leda de olho no Cisne
* Eu adorei as fotos eróticas p&b dos anos 20, as porcelanas japonesas com gueixas insinuantes e as fotos ambíguas de frutas e objetos que lembram, bem, vocês conseguem imaginar. Pelo contexto e pela época, imagino o quanto essas obras chocaram, e isso sim faz sentido.
* Em ordem cronológica,
você passa por todas as épocas, de A.C. aos dias de hoje, e por todas as modalidades sexuais, com fotos bem explícitas que "podem chocar e ofender". Essa plaquinha ficava na entrada. Aquela em neon cor-de-rosa também. Aquilo é arte, viu?
* Assim como as fotos bregas de sexo explícito da Cicciolina, no segundo andar. E também assim cono os slides com fotos de casais anônimos sendo felizes na cama, no chuveiro, na frente dos filhos, no sofá, na varanda... Para dar um clima de arte intelectual, os slides são projetados com uma trilha moderna e confusa, estilo Bjork. Talvez seja mesmo Bjork, porque a música foi me irritando aos poucos.
* Essa fase moderna da instalação, que inclui dois filminhos chatos mas considerados "cool" do
Andy Warhol, é bem cansativa. Seguindo as "obras de arte" ali, dá a impressão que, qualquer foto de sexo com uma ambientação moderna e trilha ousada é arte. Eu só fiquei esperando aparecer em algum momento, o filminho da Paris Hilton. Não me surpreenderia nem um pouco.
* Semana passada também assisti ao
Control, finalmente. Não quero falar muito do filme porque sei o quanto é chato. Apesar do ponto de vista do filme ser totalmente o da mulher traída e abandonada, adorei todos os momentos. Cada música que tocava estava no lugar certo, e era tão emocionante a ponto de você esquecer que, na verdade, a pertubação do Ian Curtis foi pouca - ou quase nada - explorada.
* Não vou falar mais nada. Só mais uma coisa: o
Sam Riley, que faz o papel do Ian Curtis, está sensacional. Ele me lembrava tanto
um amigo, que ate irritava. Para provar a ele que não estou mentindo, fotos dos dois, em posição parecida:
Sam Riley x Curtis
Ale Cuervo x Sam
* Ainda na onda do filme, fui ver uma exposição de fotos da banda em uma
loja de madame. Só um cachecol na loja custava 86 libras. Façam as contas.
* São mais de 40 fotos do fotógrafo
Pierre René-Worms tiradas em um único dia, 18 de dezembro de 1979, data de um show deles em Paris. É absurdo ver essas imagens depois do filme. A caracterização da banda (figurino, inclusive) está perfeita. O Peter Hook é igual!!!
* Para quem tiver tempo,
esse artigo escrito pela Natalie Curtis, filha do Ian, está ótimo. Ela dá a sua visão do filme, fala sobre a banda e conta histórias ótimas do Tony Wilson. Ela é figurante no filme e é quem grita "fuck off" na cena em que colocam um maluco para cantar no lugar do Ian. =)